Quem é empreendedor e lida diariamente com a gestão de um negócio sabe que, por trás de uma rotina de operações bem-sucedida, existe uma série de processos burocráticos, especialmente no que toca à gestão tributária, financeira e fiscal do empreendimento.
Nesse contexto, um dos desafios da gestão empresarial é a elaboração da Demonstração de Resultados do Exercício, também conhecida como DRE.
Por meio desse importante expediente contábil, é possível avaliar a eficiência da administração da empresa, sobretudo no que se refere ao controle de gastos e à gestão do lucro gerado por suas atividades. Assim, pode-se verificar se os valores estão compatíveis com o capital investido no negócio.
Quer saber como fazer uma DRE para gerir melhor o seu negócio? Confira, a seguir, as informações que separamos para lhe ajudar nessa tarefa!
O que é uma DRE?
Em síntese, a DRE é um resumo das operações da empresa em determinado intervalo de tempo que tem como objetivo indicar se, no período, a empresa obteve lucro ou sofreu prejuízos.
Somada a alguns conhecimentos técnicos e a outras análises, pode mostrar, de forma precisa, como está a saúde financeira do empreendimento.
Por isso, é essencial que empresários, gestores e contadores certifiquem-se de que todos os saldos contidos na demonstração estejam corretos.
Qual a utilidade desse documento?
A DRE, como espécie de relatório contábil que é, serve para evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, por meio do confronto das informações relativas às receitas, aos custos e às despesas apuradas segundo o regime de competência.
Como dito, o objetivo primordial da DRE é identificar se, no período analisado — seja mensal, bimestral, semestral, ou anual —, a empresa aferiu lucro ou teve prejuízo.
Quais os seus benefícios para o negócio?
A elaboração da DRE é obrigatória, de acordo a Lei 6.404/76, que rege a contabilidade no Brasil. Esse é um relatório essencial para o desenvolvimento do empreendimento, sendo também bastante útil na comunicação entre empresa e outras instituições que necessitem dos dados contidos na demonstração.
Por exemplo, uma instituição financeira pode solicitar a DRE para avaliar sua performance empresarial e decidir se pode, ou não, conceder crédito.
Outra situação importante diz respeito ao fisco, que precisa das informações da DRE, pois ela é a base para definir o valor dos tributos que incidem sobre o lucro de uma empresa, caso seja optante pelo regime do lucro real.
Além disso, a elaboração da Demonstração de Resultado do Exercício é um dos pilares para a tomada de decisão. Pois, a partir do momento em que os líderes e gestores da empresa se deparam com dados insatisfatórios, ou verificam falhas na composição financeira, torna-se mais fácil proceder com ajustes necessários para reverter o cenário.
Sendo assim, a DRE, além de garantir a regularidade da empresa sob o regime da lei e dos órgãos públicos, serve também de apoio para a otimização das atividades.
Desse modo, a partir da inserção de dados sobre atividades operacionais e não operacionais em um intervalo de tempo determinado, o empresário consegue visualizar todo o resultado econômico e a saúde financeira do seu negócio.
Qual a estrutura de uma DRE?
Como vimos, a DRE é uma espécie de documento contábil e, como tal, para que cumpra o seu objetivo e auxilie a gestão do negócio, é imprescindível que a sua formulação seja feita de maneira clara e organizada, de modo que se possa identificar todas as informações relevantes. Caso contrário, ele seria apenas mais um expediente burocrático da empresa.
Dessa forma, a Demonstração de Resultado do Exercício deve seguir uma estrutura básica, contendo as informações que realmente são indispensáveis.
A título informativo: é a Lei 6.404/76, supramencionada, em seu artigo 187, que aponta quais os itens devem ser incluídos na DRE.
A seguir, vejamos, esquematicamente, como você pode estruturar a DRE do seu negócio:
Faturamento bruto |
(-) Deduções e Impostos sobre as vendas |
(=) Receita Líquida |
(-) Custos dos Produtos Vendidos |
(=) Lucro Bruto |
(Despesas) / Receitas Operacionais |
(-) Despesas com vendas |
(-) Despesas administrativas |
(-) Despesas tributárias |
(-) Despesas gerais |
(-) Outras despesas operacionais |
(+) Outras receitas operacionais |
(=) Resultado antes de despesas e receitas financeiras |
(-) Despesas financeiras |
(+) Receitas financeiras |
(=) Resultado antes do imposto de renda e contribuição social |
(-) Imposto de Renda |
(-) Contribuição Social |
(Despesas) / Receitas não operacionais |
(-) Despesas não operacionais |
(+) Receitas não operacionais |
(=)Resultado líquido |
Agora, para um melhor entendimento, explicaremos alguns dos itens mais importantes citados pela lei:
1. Receita bruta das vendas e serviços
Nesse campo, é informado todo o valor faturado pela empresa no período determinado. Aqui, ainda não se faz o desconto de nenhuma natureza, comportando a receita completa do negócio
2. Receita líquida de vendas e serviços
Outro item indispensável são os valores líquidos de vendas e serviços. Nesse ponto, devem ser discriminados os valores levantados pelas vendas, mas com a subtração das quantias pagas a título de impostos e outros encargos.
3. Despesas com as vendas
Aqui, quem elabora a DRE deve preenchê-la com os valores concernentes a todas as despesas envolvidas no processo de venda. Por exemplo, devem ser lançados os descontos relativos aos salários dos funcionários, bem como eventuais comissões e outros adicionais.
4. Despesas financeiras
Tais informações são as relativas a gastos com operações financeiras, a exemplo de vendas que envolvam meios eletrônicos, como os cartões, em que há o desconto de IOF.
5. Despesas gerais e administrativas
Aqui, a grande parte das despesas operacionais da empresa está incluída. Nesse ponto, devem ser adicionados os valores referentes ao pagamento de aluguel, gastos com manutenções e outras dessa natureza.
Por fim, após conhecer o passo a passo, tenha em mente que o empresário que busca maior organização e controle da vida financeira do seu empreendimento deve adotar a Demonstração de Resultado de Exercício como parte da rotina da empresa.
Como vimos, o documento auxilia na transparência das operações e facilita todo o processo de tomada de decisão, além de manter a regularidade da empresa em frente aos órgãos públicos.
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